Arte
Forma, volume, traço, compasso. Cor, textura,
movimento, equilíbrio. Um arco delicado, a profundeza de um olhar, alerta,
inquisitivo. A vida que pulsa sob e sobre a pele. A explosão e a contemplação.
A herança atemporal se mostra ao observador.
Abigail Vasthi é mulher e artista. Dos
movimentos de seus traços ela faz mágica em suas pinturas. É quase possível
ouvir os retratados que falam tão eloquentes ou seu silêncio quando se calam.
Cada tela narra uma história. Da família como um todo, de cada um dos irmãos.
Das mulheres que conversam em torno de uma mesa para um café ou um chá. Que
segredos sussurram? As intrigas ficam por conta de quem vê.
As cores e as formas se misturam, detalham e
por outras vezes só sugerem. Seus guarda-sóis são jardins, seus chapéus são
buquês, arranjos de flores coletadas que se juntam para uma pantomima, um show,
um espetáculo de luz, porque sem ela não há cor. E sem luz não há vida.
Na retrospectiva de sua carreira notamos as
evoluções e revoluções pelas quais passou. Do denso e forte ao suave e sutil. As
silhuetas nos desenhos ficaram mais definidos e as texturas mais etéreas e
delicadas.
Morar numa rua de pedras - literalmente na
beira do mar, numa casa da qual apenas um portãozinho a separa da areia da
praia e do oceano azul - introduziu elementos ao seu trabalho que remetem ao
francês Gauguin, que retratou a Polinésia. Tanto lá como cá, os hibiscos
enfeitam e encantam.
Nós, criadores e amantes do Árabe reconhecemos em
nosso cavalo o universo que o artista plástico habita: forma, volume,
equilíbrio. O olhar e a vida que pulsa. O movimento, a explosão e a herança.
Histórias seculares escritas por cavalos que se tornaram lendas, que evoluem e
revolucionam com os segredos genéticos que nos intrigam. Um fator, no entanto,
que está sempre presente, plenamente identificável, é a emoção. Um espetáculo! Eles
nos deixam encantados com o show com que nos brindam. Como disse Winston
Churchill, “há algo no exterior de um cavalo que faz bem ao interior de um
homem”.
foto: globo
