Wednesday, 26 April 2023

Na Revista Cavalo Árabe no. 60



A palavra explica?


As patas de nossos Cavalos Árabe nos levam a países distantes com frequência cada vez maior. Saber falar alguma coisa das línguas diversas com que nos deparamos pode ser uma questão de sobrevivência e também de gentileza. Muitas vezes, no entanto, podemos passar por uma “saia justa”. Um exemplo é que um homem nunca estará “embaraçado” na língua espanhola, ao passo que uma mulher não necessariamente estará... grávida.

Vejam só que interessante: em espanhol, um floreiro é um vaso; um vaso é um copo; uma copa é uma taça; uma tassa é uma xícara e a palavra xícara não existe!

Quando estiver na Bolívia, não use o exclamativo “Opa!” para uma pessoa: significa que você a está chamando de tola, boba. Se na Alemanha, não banque o engraçadinho e chame o garçom de “Oba”, a forma correta é “Herr Ober” – senhor garçom - e eles são muito sensíveis sobre esta questão. Houve aquele pobre guia turístico brasileiro que ciceroneou um grupo de torcedores numa Copa do Mundo de Futebol e, dentro de uma cervejaria em Rothenberg, achou que era importante instrui-los sobre isto. Já dá para imaginar que a ideia não foi muito feliz e que o tiro saiu pela culatra, certo?

Se dentro de casa temos designações diferentes para a mesma coisa, como aipim e mandioca ou bidê e criado-mudo ou mesinha de cabeceira, entre Brasil e Portugal a confusão pode ser maior ainda. O escritor Mário Prata tem um livro ótimo sobre o assunto e não só as diferenças que ele aponta entre o que se fala nos dois países são curiosas como a forma, a maneira com que o autor descreve as situações em que se meteu são engraçadíssimas. O “Schifaizfavoire, um Dicionário de Português” pode ser de grande auxílio para quem gosta de ler manuais de instrução de aparelhos elétricos e eletrônicos, que foram traduzidos na versão lusa, uma vez que nele aprendemos, por exemplo, que “carregar” significa apertar...

Caso uma pessoa de língua inglesa diga “I am going to be candid with you...”, esteja preparado para a possibilidade de ouvir uma coisa que não vai gostar. A tradução literal de “candid” é cândido(a), que nós podemos interpretar como algo doce, suave, infantil, sem maldade (em São Paulo é sinônimo de água sanitária!). Na verdade, significa que seu interlocutor vai ser absolutamente sincero com você e provavelmente brutalmente honesto!

A palavra “exquisite” em inglês não significa esquisito(a) no sentido que usamos de coisa diferente, estranha e se um expert - expierto(a) em espanhol - do meio do Cavalo Árabe lhe disser que seu animal é “exquisite”, não se ofenda: é um elogio! Elegante, requintado e primoroso se aplicam!


Tenham todos uma ótima exposição Nacional do Cavalo Árabe!

imagem: praticadapesquisa

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