São Paulo 1969/1975
É
tudo em família
Por outro lado, o futuro é hoje e o aprimoramento é tarefa diária. Com a informação e a tecnologia avançada à disposição, ao toque de um dedo, as possibilidades de escolha são incontáveis e a evolução da raça é favorecida pelos horizontes que se abrem.
A nossa matéria-prima sai dos ricos armazéns das famílias de cavalos produzidas, desenvolvidas e preservadas pelos beduínos dos desertos séculos atrás, batizadas de Saklawi, Kuhailan, Hadban e outras; ou nas características dos sangues polonês, russo, Crabbet, doméstico americano, espanhol e egípcio.
Na criação, o evento da transferência de embrião intensifica hoje, mais do que nunca, o sentido de família. Éguas que se mostraram fantásticas matrizes recebem o que há de melhor no mercado de garanhões e um cruzamento comprovado pode ser repetido à escolha do freguês, e os resultados estão mais rapidamente ao nosso alcance.
Qualidades como amplitude de costelas, refinamento, ossatura, disposição de espírito e outras tantas podem ser impressas e perpetuadas com uma velocidade nunca vista.
Tudo aquilo que vinha sendo feito no compasso de um ano, na espera pelos onze meses de gestação, acelerou-se. E o que mais virá além do ultrassom, da pipeta flexível, da clonagem? Espaço infinito para especulação.
O importante é não perdermos o foco: o cavalo e a nossa relação com ele, muitas vezes um membro da família.
E nessa hora em que as realizações do ano que se finda estão na bagagem, nossos olhares procuram os novos caminhos: o futuro está bem aqui na nossa frente. Nos sorrisos rasgados que vêm balançando acima do lombo de um cavalo, vestindo pequenas botas, chapéus de caubói, lenços nos pescoços. Os pés mal alcançam os estribos, às vezes as mãos se agarram ao santo-antônio... E a plateia bate palmas, entusiasmada. Que eles saibam apreciar a raça de cavalo que escolhemos e possam levá-la adiante com a mesma dedicação, segundo as recomendações que atravessaram tantos séculos:
Perdi uma música. Tão lindinha. Achei que podia encontrá-la a hora que quisesse na internet. Doce ilusão. procurei a primeira vez e nada. Procurei a segunda e achei! Peguei o link e postei no FB, mas não aqui. Agora, fui buscar de novo e nada. Lembro o nome do grupo - Sandálias - mas aparecem outros e nada dele. E não me vem à cabeça uma frase da canção. Bem feito, pra aprender! Da próxima vez, tem que postar no blog, o FB é efêmero! Se alguém ler esta postagem: o clip é feito com a banda, que é do nordeste e uma cantora do sul, ou... eles são do sul e ela do nordeste. Mas também tem outra gravação na qual a mulher de um dos componentes da banda canta com eles.
Rio, 04 de Junho de 2024: como vocês podem ver aí em cima o link, ACHEI!
A gente vai lá, contrata o profissional, muitas vezes bem recomendado, muitas vezes diplomado e o fulano não sabe o básico. Tipo: água quente tem que sair na torneira da esquerda e a água fria, por sua vez, portanto, consequentemente, na da direita! Ou, por exemplo, que a água de um ambiente ou do box do banheiro deve correr para o ralo e não para o resto do local ou para fora! E agora, fazer o quê? A foto abaixo foi tirada de uma postagem no FB e não tem a ver com meu caso, mas, sei lá o que ainda vou encontrar lá em casa. Já vi que ligo o ventilador da sala dentro do meu quarto... Sem comentários.
Natal com passas
Agradam-me
O que achas?
© Nancy Lustosa Barros Hirsch (Rio – 24nov2020)
No céu, a estrela de Belém
Aqui dentro
Amigos tem
© Nancy Lustosa Barros Hirsch (Rio – 24nov2020)
Poinsétia, a flor do Natal
Rodeie-se delas
Nas janelas
© Nancy Lustosa Barros Hirsch (Rio – 24nov2020)
O verão se aproxima
As férias também
Natal na esquina
© Nancy Lustosa Barros Hirsch (Rio – 24nov2020)
Meia noite, o sino
Paz na terra
Pra sempre, amém
© Nancy Lustosa Barros Hirsch (Rio – 24nov2020)
Repensando o feminino
A atriz Holly Hunter personificou a tenista Billy Jean King num filme drama/documentário que tem passado na televisão. Billy Jean estava com trinta anos quando foi desafiada por um campeão mundial que precisava se autopromover. Bobby Riggs percebeu a onda crescente do feminismo e aproveitou a oportunidade. Billy Jean era a melhor jogadora feminina das quadras naquele ano de 1973, mas recusou-se a dar atenção às provocações de Bobby. No entanto, outras tenistas aceitaram jogar contra ele, que as humilhou. Ela não suportou a pressão da “Batalha dos Sexos” e marcou a data do jogo. Foi um passeio: Billy Jean venceu os três sets, com muita classe e determinação.
O masculino e o feminino foram, são e serão sempre
comparados, é inevitável. Podemos olhá-los como melhor/pior, mais/menos,
forte/fraco, positivo/negativo — e não me entendam mal: a ordem em que escrevi
não tem nada a ver com “ele” ser as coisas superlativas e “ela” não. Na
verdade, acho que é preferível perceber masculino e feminino cada um com suas
qualidades específicas, como duas forças (literalmente ou figurativamente) que
se complementam.
Fêmeas e machos têm papéis distintos na história,
ambos com sua importância. De uma forma geral, o trabalho do macho é para fora,
é macro, é contundente, enquanto que o da fêmea é interno, é micro, é sutil,
embora igualmente eficiente e necessário.
Ainda este ano, na edição número 33 desta revista
falamos sobre elas, as matrizes e identificamos as mais celebradas do país.
Conjugamos o verbo reprodução na terceira pessoa do singular, feminino. Porém,
o assunto não se esgotou ali, porque agora, em nossos pastos, elas carregam nos
ventres os produtos com datas de nascimento 2010, o futuro de nossa criação. E
uma tendência de mercado se delineia: a grande oferta de éguas e a pouca
demanda por elas. Resultado dos programas de transferência de embriões, as
matrizes comprovadas são privilegiadas em detrimento das outras. A proposta
geral parece ser arriscar-se muito menos nos testes de qualidades de uma fêmea
do que já foi feito no passado.
Se até a pouco um criatório típico constituía-se de
um garanhão e diversas matrizes, hoje bastam poucas éguas, desde que se tenha
esquema de inseminação artificial e de transferência de embrião eficientes e,
certamente, um bom conhecimento do processo de reprodução. Isso leva o criador
tradicional a se confrontar com a questão de o que fazer com as matrizes excedentes
dentro de seu programa. Porque elas realmente “sobram”!
Sim, sabemos que a maior procura do consumidor
“genérico”, ou o dito usuário de cavalos, nos haras é pelos potros machos. E as
potrinhas continuam em casa... Algumas, de estrela brilhante, serão
selecionadas como matrizes. As outras, caso tenham sorte, poderão virar
receptoras.
Está na hora de aparecer éguas Billy Jeans nos
esportes do Árabe. Que elas mostrem que também são fortes, também são velozes —
já contei a história daquela russa que não deixava ninguém, macho ou fêmea,
passar a sua frente —, também são fiéis, e que podem proporcionar muitas
alegrias a seus proprietários.
Dois contos em um só livro. Uma grande potoca e uma aventura de férias. 'Goiaba em Calda' e 'Travessia'. Agora na Amazon, em formato eletrônico. Divirta-se!
Vivemos nesta terra de encanto, que vira escrete de seleção a cada
oportunidade, emoção a flor da pele e que também permite que misturemos as fés,
superstições e crendices, porque não custa nada se prevenir. Falar em fé, que
tal entrar no bolão do escritório? Afinal, quem não joga, não corre nem o risco
de ganhar.
Todo mundo tem uma historinha pra contar de uma Copa qualquer. Tem
aquela do guia de excursão que teve que ficar a noite toda, lá na Alemanha, ao
lado do chefe da torcida de um timão, logo que o Brasil perdeu da Holanda em
1974, porque o cara queria se matar e tiveram que amarrá-lo na cama. E o fulano
que em fevereiro de 2006 fez uma aposta ufanista numa casa de jogos na
Inglaterra e faturou uma grana boa quando se pagava o inacreditável e, por que
não dizer, insultante, sete por um na vitória canarinho?
Guardada com amor e carinho tem aquela camiseta de 1994, que era
vendida nos portões dos jogos na Califórnia/EUA com as dez razões mais
importantes para se amar o futebol brasileiro, tem listado nas costas: 1) Uma
festa a cada jogo, 2) Cada gol celebrado de forma extravagante, 3) Gols — um
monte deles, 4) Samba! Samba! Samba!, 5) Jogadores habilidosos e cheios de
estilo que jogam na ofensiva, 6) Os maiores fãs no mundo todo, 7) Diversão — no
campo e na plateia, 8) Cantar e dançar sem parar, 9) Pelé, 10) 1958,
1962,1970... 1994! E não deu outra.
Há um criador de Árabe que está na África do Sul, acompanhando a
seleção brasileira, a trabalho, coitadinho! Será que consegue voltar de lá
intacto depois do assalto das vuvuzelas? Ele conta que a camisa verde e amarela
garante a entrada em qualquer lugar do mundo. Recebemos uma de presente dele,
desenvolvida para ter um peso mínimo, fornecer conforto e ventilação e ser de
baixo impacto ambiental — uma camiseta que equivale a oito garrafas de plástico
recicladas. Fantástico. Ei, não adianta me perguntar quem ele é, que eu não
digo de jeito nenhum.
Quem não gosta de futebol tem a chance de aproveitar os dias de
semi feriado durante esta Copa do Mundo e passar um tempo com seus animais no
haras. E se não for fácil chegar até lá, arranje um canto tranquilo da casa e
coloque em dia as memórias de sua criação. Quantas histórias não temos para
contar, desde o primeiro cavalo (este ninguém esquece), a primeira prova, o
primeiro troféu, a primeira cria. É um bom momento de arrumar aquelas toneladas
de fotografias, montar a sua própria saga. Essa que é um fio do tecido da
criação do Árabe como um todo, com suas contribuições ao desenvolvimento e
aprimoramento dela... Divirta-se e deixe a vuvuzela cantar lá fora.
Em tempo,
ninguém merece aquele senhor do país vizinho cumprir a promessa de ficar pelado
em público, né não? Pé-de-pato-mangalô-três-vezes.
No dia 29 de julho último, postei uma reflexão sobre a solidão do blogueiro: Alegrias e Tristezas de Manter Um Blog. Mais tarde, no final de agosto, fiz 3 brincadeiras sobre o assunto: Só Com Nudez, Pobre de Carinho e Tenho andado tão só. Coincidentemente, descobri o desabafo da blogueira literária Isabelle Vitorino do excelente "Mundo dos Livros", que sigo:
https://www.mundodoslivros.com/2020/09/confissoes-de-uma-blogueira-em-crise-o.html
Isabelle tece considerações muito sinceras das quais compartilho, mas não se despede. Entretanto, a possibilidade está bem latente. Uma pena. Vale a leitura do link acima.