Imagine a cena: é verão, você
debaixo de um chuveiro, a cabeça cheia de xampu e acaba a água. Alguns
xingamentos, uns berros raivosos, mas não tem ninguém em casa pra te ajudar...
você gira a torneira pra todos os lados e nada. O xampu começa a descer para os
olhos, que se enchem de lágrimas. O jeito é se enxugar e procurar a causa da
secura. Falta água no condomínio e você tem os cabelos duros de sabão. Uma
corrida a todas as pias e chuveiros da casa se faz necessária, pra tentar sanar
seu penteado com o que porventura ainda estiver armazenado nos canos. O que não
é suficiente. A brilhante ideia é usar a água de grife engarrafada para beber,
mas não há nenhuma no estoque. Você vai direto para a geladeira, sem se
importar com a temperatura do líquido. Afinal, sua cabeça está mesmo quente...
Apenas um vidro de água armazenado. Você vira o conteúdo no cabelo, ali mesmo,
na cozinha... Quem é o infeliz que termina com a água da garrafa, não repõe e
devolve para a geladeira? Neste momento você percebe que está mor-ren-do de sede...
Situação comum, pela qual muitos
já terão passado. Mas outros tantos passarão em breve, muito mais cedo que se
espera. A água do mundo vai acabar. A escassez virá de surpresa porque ninguém
quer acreditar que a água é finita. Basta haver mais períodos de seca como o
que passamos em 2014. Os alarmes têm que estar soando na cabeça de cada um de
nós. Porém, apenas a preocupação já não basta. É preciso tomar providências,
mudar hábitos.
No Rio de Janeiro, por exemplo, os
porteiros/zeladores dos prédios costumam “varrer” as calçadas com o jato de
água de uma mangueira, para tirar a sujeira, juntar as folhas, várias vezes na
semana, em vez de pegar uma vassoura... Condomínios deveriam ser multados por
isto. Corre-se o risco de voltarmos a cantar a marchinha de carnaval
“Vagalume”, de Vitor Simon e Fernando Martins na década 1950: Rio, cidade que
me seduz, de dia falta água, de noite falta luz...
Nós, que temos o contato próximo
com nossos cavalos, somos responsáveis por seu bem estar, precisamos garantir
que continuarão a ter água em abundância para beber. Afinal, eles não têm como
reclamar ou se defender.
Alguns movimentos de poupança do
precioso líquido têm crescido e um deles é o uso da água de chuva. Ela vem de
graça, os métodos para coletá-la são variados e alguns extremamente simples. Há
reportagens sobre experiências bem sucedidas no mundo todo. Uma observação
interessante numa delas é de que a construção dos sistemas de coleta e
armazenamento mudaram o comportamento das pessoas de comunidades simples, que
passaram a ter um sentido de cidadania, de pertencimento e de valor.
Existe um grupo de pessoas
engajadas em mudanças sócio ambientais que lançou o Cisterna Já! e ensinam uma
forma prática de captação e aproveitamento da água de chuva – uma mini cisterna
-, além da explicação de como montar a engenhoca no quintal de casa, por
exemplo. Um tambor de plástico (ou bombona), alguns tubos e conexões, uma
peneira e claro, um pouco de habilidade manual é recomendado. Uma vez que a
água esteja armazenada é preciso tratá-la para descontaminar antes do uso.
Embora em alguns lugares no exterior a água colhida (para quem prefere:
coletada) seja usada para beber inclusive, no Brasil é aconselhável somente
para outros fins.
Vale a visita ao site do grupo Sempre Sustentável http://www.sempresustentavel.com.br
e inspirar-se. Ajude seus filhos e netos a não passarem pela falta de água,
sinônimo de vida e construa cisternas em sua propriedade.
(Na foto de vocesabia.net o neném bebe água do mar! Esperamos que não façamos o mesmo!)
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