Um homem e
uma mulher se cruzam num corredor de hotel. Ela está em frente a sua porta e
ele passa. Ambos vestem roupões de banho brancos. Na cabeça dela há uma toalha
enrolada. Ele é barbudo e enxuga os cabelos longos. Os dois se olham com
curiosidade, ele chega a virar para observá-la enquanto segue a diante. Cada um
entra em seu quarto. Nem uma palavra é trocada, mas fica patente a curiosidade,
a atração, o interesse.
Em outro
momento, ela está dentro do elevador e ele chega. Vestem suas roupas, os
uniformes, do dia-a-dia, a roupagem que os define à primeira vista. Ambos
sorriem, divertidos. Fica claro que em condições normais de temperatura e
pressão não haveria uma chance qualquer para os dois se relacionarem por
iniciativa própria: o homem é um executivo, com seu terno, seu colete e sua gravata.
Os cabelos dela são vermelhos eriçados e a roupa tem um toque grunge, irreverente.
Essa
propaganda mostra claramente a força da primeira impressão. Que pode ser
enganosa, mas definitiva. Os rótulos e invólucros escondem ou expõem. Quantas
vezes um prato de comida de aspecto duvidoso acaba por ser uma delícia? Nem
sempre é possível desvendar os mistérios atrás da capa e vai-se embora com uma
impressão por vezes equivocada. Só percebe o quadro completo aquele que se
arrisca a ir além da aparência, sem pré-julgar, oferecendo o benefício da
dúvida.
Uma agência
de marketing foi procurada por uma escola de inglês com um desafio: como se
destacar entre os inúmeros cursos similares que pipocaram por todos os cantos
em função de o país abrigar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016?
Era necessário um diferencial, deixar de ser mais um em meio a tantos iguais. Seguindo
a tendência atual, a equipe de criação da agência procurou agregar ao produto —
aprendizado de língua estrangeira — um cunho social. Contataram-se casas para
pessoas da terceira idade nos EUA e ofereceu-se a possibilidade de os idosos
terem um horário de bate-papo via internet com alunos da escola no Brasil. Proposta
feita, proposta aceita. E tornou-se um sucesso!
Pensar
‘fora da caixinha’ para atrair público, apreciadores e adeptos é essencial.
Assim, é necessário ‘desconstruir’ uma imagem pré-concebida, buscar novos
conceitos, mudar o comportamento. Seu produto precisa de uma repaginada? Entregue-se
a um ‘toró de palpite’ (vulgo ‘brainstorm’)
e mãos à obra!
foto: trivago
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