Wednesday, 24 June 2015

Santorini: Em Busca do Habeschon Perdido


Muitos anos atrás, estivemos na capital Fira. Passeamos pelas ruelas, bebemos da vista, consumimos das lojinhas. No pátio em frente a uma igrejinha um senhor grego vendia cartões postais dizendo: "Habeschon, habeschon!" Na época a ilha fervilhava com alemães. O velhote oferecia seus cartões e os teutônicos diziam: já tenho, já tenho, ou seja, ich habe schon...


Esta visita de agora foi resultado de várias apostas perdidas (ou ganhas)... Arquipélago formado pela explosão de um vulcão, o barato do local é a cratera na qual se adentra pelo mar. O importante é não se abater na chegada no aeroporto!



Ficamos numa das extremidades do grande C de Santorini, que se chama Ia (mas que se escreve Oia). Os invasores do momento são os chineses e, em especial, as noivas chinesas. Com suas chinelas ou crocs, vestidos longos brancos (algumas vezes aparece um azul ou um verde) de tecidos brilhantes, com lantejoulas ou plumas, a cauda enrolada nos braços. Tiaras ou chapéus, os cabelos em desalinho, acompanhadas por um fotógrafo, um ajudante e pelo noivo, todos suados e empoeirados.


Este, de terno e gravata, carrega o buque e o sapato de saltos altíssimos da noiva. Certamente ele é o último a falar e o primeiro a apanhar. No entanto, alguns mostram personalidade na gravata borboleta ou no tom malva da indumentária. O grupo sobe e desce as escadarias de Ia a procura da locação perfeita para as fotos da feliz nubente. Eles param o trânsito intenso de pedestres, invadem telhados...


Numa terra verticalizada, onde as casas são escavadas na montanha, a laje é o pedaço do céu, é o contato com o sol, é a vista para o mar. E faz o palco e o background perfeito para a sociedade como a atual que celebra a própria imagem ad infinitum, ad nauseam




Em Santorini os selfies abundam.

Os Sibaritas também.

Não raro topamos com grupos de mulas transportando pessoas pelas subidas e descidas locais. E até com uns baixinhos nos deparamos.

Os jegues simbolizam os gregos, o povo de Santorini e também sua intolerância quanto as pataquadas dos turistas mal educados.



Em Ia, as pessoas e as embarcações se juntam para assistir ao sol se pôr no mar, na linha do horizonte e tudo fica cor de rosa... E é assim que se criam os mitos. Palmas e assobios reverberam pelas casas escavadas na montanha.

Uma praia vermelha.

O farol na ponta oposta a Ia.

300 degraus para o porto de Ia.

B&J a la grega!



Alguém aí quer bater uma aposta? Precisamos voltar em breve a nossa caverna.





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