Noite
Boca calada na noite de bichos
na escuridão, espreitando os
movimentos de duendes e espectros
noturnos.
Fogo-fátuo de algum animal
enterrado, qual fantasma, surgindo
devagarinho da terra quente, cansada.
Murmúrios de velhos velando no
relento do verão sem vento,
tentando a percepção e a captação
maior de forças cósmicas.
O rio dormindo e seu sono
sendo levado pra algum lugar mais
distante, lá no fundo do vale,
por onde se estendem seus sonhos
de caudaloso, profundo...
No céu a grande interrogação permanece,
e o olho do mundo na tentativa milenar
de penetrar as estrelas, filhas adultas
de galáxias longínquas por onde
andaram os deuses plantando sementes
de homem.
STOS - Outubro 1977
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