Thursday, 3 May 2018

Ninguém me perguntou




Quando a Esmola é Muita

Era cliente do Banco Itaú desde 1983 quando fui convencida a mudar para o serviço especial deles. Estava quietinha em casa, curtindo a minha síndrome do pânico e a proposta até fez sentido. Corria, creio, o ano de 2005 e, pasmem, a gerente da conta foi até minha casa, com toda a papelada pra que eu assinasse a transferência. Um procedimento incolor, inodoro e indolor. Logo depois, a conta conjunta com meu marido caiu na rede da cobiça do Personnalité e lá foi ela também, desfrutar do atendimento diferenciado. 

Por uma questão de endereço e da conveniência de nossa secretária, o banco passou a ser apenas para abrigar alguns investimentos. Uma ou outra vez que precisávamos do atendimento dito nota 10 ele se revelava um sete constrangido. Não se conseguia falar com a gerente ao telefone, mas descobri que ela respondia rapidamente às mensagens eletrônicas - claro, tudo deve ter cópia lá dentro!

Precisamos desmobilizar um montante de forma urgente e fomos "desatendidos"! Fiz uma reclamação formal à ouvidoria, recebi juras de amor e resolvi dar uma chance a nossa relação. Migramos do centro da cidade para nosso bairro residencial com a esperança de que o contato fosse mais fácil. Doce ilusão de verão. 



Ora, ora, bota o palhaço pra fora

Os gerentes não esquentam o assento nunca, parece até a dança das cadeiras! Continuamos sem conseguir falar com eles ao telefone. A hora marcada para uma conversa não significa absolutamente nada. Atrasos são absolutamente comuns. Somos passados de mão em mão e a informação que vem de um gerente não confere com a do outro. 

Mais uma vez, precisei desmobilizar uma aplicação, liguei para o gerente, perguntei se poderia vê-lo, ele disse que estava em atendimento, avisei que seria breve e ele acedeu. O front desk me deixou esperando. E assim foi por mais de uma hora. Quando fui reclamar, informaram que o rapaz havia saído para almoçar.

Achei ótimo quando ele deixou o cargo. Já é a segunda moça que está lá depois dele - uma zebrinha. É normal que ela me telefone mais de uma vez num curto período de tempo pra falar sobre o mesmo assunto - tipo quinze minutos depois. Outro dia, chamou meu marido para uma reunião sobre investimentos. Deixou-o esperando por quarenta e cinco minutos e, quando ele se sentou, ela discou para a mesa de aplicações... E pra o que você serve mesmo, querida?

Uma coisa boa que inventaram foi a possibilidade do front desk ter alguma autonomia pra atender a gente. Pelo menos isso.



A Ópera do Malandro

Vivíamos felizes com a nossa conta no Citibank, um atendimento cortês e dedicado. Agora o incompetente Itaú comprou-o. Não demorou para sentirmos o efeito. Os rendimentos das aplicações no Citi foram depositados numa conta Itaú desativada nossa e ninguém nos avisou. Precisávamos declarar no imposto de renda e não recebemos os extratos! Ah, justiça deve ser feita aqui: a descoberta do imbroglio foi de uma gerente remanescente do Citi, que se interessou em nos ajudar. Estamos torcendo para que ela continue no cargo!

Ninguém nos perguntou se queríamos ser Itaú! Queremos nosso dinheiro de volta!


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