Publicado na Revista Cavalo Árabe de Março de 2018
Calma, não tem nada a ver com internet, não há problema algum com a
grande rede mundial de computadores! Mas é uma doença que atinge milhares de
pessoas, completamente desavisadas e irremediavelmente vulneráveis há muito
tempo.
O profissional de cavalo Herbert H. Reese conta, já em 1953, ter passado
por uma crise com essa doença: nascido em uma família proprietária de cavalos,
Reese formou-se em criação de animais domésticos e veterinária. Tendo passado
por diversos trabalhos por nove anos após formado, recebeu um convite para
gerenciar a tropa de Árabes do Kellogg Ranch – sim, sim, os mesmos donos dos
cereais Kellogg’s.
Mudou-se, então, do estado de Vermont para o da Califórnia, ambos nos
Estados Unidos – o primeiro fica na região nordeste do país, com temperatura
média de 10° C e o último na região oeste, onde os termômetros variam perto dos
17° C. Tais índices poderiam ser um indicativo da origem do problema de Reese,
atacado por desânimo, apatia, cansaço, tristeza, irritabilidade, enfim, inapetência
generalizada. Mas, conforme o tempo passava, sua saúde melhorava e ele deu
tratos à bola para descobrir o motivo de sua recuperação, já que não utilizou
nenhum tipo de medicamento produzido em laboratório.
Após instalar-se na nova moradia, quanto mais se envolvia com os cavalos
Árabe na rotina de seu trabalho do dia a dia, mais feliz ficava, menos os
sintomas da doença o incomodavam. Surpreendentemente, concluiu que o seu mal
era “Arabite”, ou seja, a falta desses animais que só a convivência com eles
resolvia!
Criadores e apreciadores da raça, que não moram no sítio ou na fazenda,
costumam sofrer de “Arabite” assim que começa o entardecer dos domingos, já que
ficarão a semana longe de seus companheiros de quatro patas. Os sintomas vão
embora logo que o portão do haras é ultrapassado na sexta-feira. Apenas estar
com o cavalo Árabe cura!
Um paliativo que podemos sugerir, que ajuda a passar o tempo durante a
separação forçada, encontra-se no endereço da internet http://allbreedpedigree.com . Este site
fornece o pedigree de diversas raças de cavalos, basta preencher o box
apropriado com o nome do pesquisado. O resultado aparece numa planilha com
cinco gerações e inclui nascimento, pelagem, gênero, origem e registro. Uma cor
identifica a presença repetida de um nome no pedigree, ou seja, os inbreeding. É uma viagem no tempo e no
espaço descobrir um cavalo ou égua nascidos nos anos 1800! Se o seu animal não
consta dos arquivos, fique à vontade para acrescentar os dados. Assim, além de
você enganar o seu surto de “Arabite” e se distrair, estará contribuindo para
escrever a história do cavalo Árabe.
Obs. para os amantes de cachorros: o All Breed Pedigree está coletando
dados de raças caninas para oferecer o mesmo serviço em breve.
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