TERRA DE SANTA CRUZ
Pelos caminhos de terra,
do fundo do mundo distante,
veio o velho vestido de vida
beber a sexta-feira sofrida
e enganar a fome forçada
de todos os dias, de todo instante:
Eu, filho deserdado de meu povo
na sentença de tua boca...
Pelos corações cansados
apenas o colapso e a tragédia
ou a grande comédia encenada
no planalto central da Terra
de Santa Cruz, para onde
seguem os guerreiros santos,
filhos da terra mesmo,
do índio ou do negro e do
navegante de além mar;
partidos e paridos da mesma dor fria que percorreu
o ventre magro da mãe-terra
ou do grito de guerra da semente
de Virgulino Ferreira Lampião:
Eu, filho vendido de meu tempo
na feira humanda de teus atos...
STOS
Junho 1975
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