Friday, 14 October 2022

Se meu Corcel falasse

 


Se não me engano ele era modelo 1975. Na verdade tinha uma capota bege e o interior com estofamento marrom e bege era muito lindo. Comecei a dirigi-lo em 1977 como presente por ter entrado na faculdade de Arquitetura no Fundão. Logo dava carona pros colegas, fazia "footing" na praia e pegando a rodovia Dutra para ir a Quatis. Ele viu a Copa de 1978 e foi pra rua festejar. Num concurso de Miss Brasil que fomos assistir, e nos roubaram três lindos casacos que havíamos recém-ganhado, estacionado na frente do hotel Nacional de São Conrado. Passou milhares de vezes no início da rua Barão da Torre, em busca de um coração perdido. Levou para passear um namorado picareta, golpista. Viajou a Campos, a Cabo Frio, a Petrópolis. Ficou sem gasolina no túnel Rebouças, Pegou o namorado da prima com outra. Ouviu muito riso, abafou pouco ciso, consolou muito choro. Minhas irmãs o chamavam de Fedor, mas ele era o meu valente, o meu herói, me levava (e a elas também) onde quer que precisasse!

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