Friday, 10 February 2023

A Estrada Lincoln

Este é o último livro lançado aqui no Brasil do escritor Amor Towles. Adorei o primeiro que li, detestei o segundo. Recomendo o "Um Cavalheiro em Moscou" e "Regras de Cortesia" eu ojerizo, jogo no lixo, desprezo, me decepcionei. Tanto que tive dúvida se leria esse terceiro.

Ainda bem que li! O escritor atua como se fosse um mágico no meio do palco, casaca e cartola pretas, echarpe e luvas brancas. Ele cumprimenta a plateia, e começa a fazer surgir de suas mangas pombas, flores, relógios, coelhos. Depois, tira da cartola um imenso amarrado em sucessão de lenços e echarpes. Alguns muito longos, outros mais curtos, de cores variadas e estampas outras. E o homem leva o tempo a seu bel-prazer.

Demorei um pouco para engatar logo de início, mas os quatro amigos que embarcam num carro com destino certo, que se perdem nas quebradas da vida, nos envolvem e, quando vemos, estamos dentro de um Studbaker azul-claro, cruzando os Estados Unidos, do interior de Nebraska até a metrópole nova-iorquina. E de volta de novo. Num trem de carga sacolejante, na companhia do bem e do mal.

Muito bom!

"Não seria maravilhoso, pensou, se a vida de todo mundo fosse como uma peça num quebra-cabeça? Aí a vida de ninguém jamais seria um inconveniente para a de outra pessoa, porque se encaixaria direitinho no seu devido lugar, o lugar especialmente destinado a ela, e, ao fazê-lo, completaria o desenho complexo."

Obs.: Não consigo entender quando uma editora "quebra" um hífen de uma frase para outra. Apenas um na sentença de cima basta! No caso, a Intrínseca começa com este sinal gráfico em duplicidade e depois fica só com um! Ai-ai.

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