Eu já havia aprendido a lição, mas em algum momento, meu entusiasmo embaçou minhas ideias e levei uma lambada daquelas: quando os grandes falam, os pequenos obedecem. Eu achei que havia subido nas hierarquia, deixado de ser pequena, mas em menos de dois minutos me colocaram no meu devido lugar. Foi por minha mão que a grande família se reuniu, primeiramente via internet. Fiquei eufórica. Surgiu a ideia de nos juntarmos, ao vivo e a cores. Ora, a melhor ocasião para todos, distribuídos nos quatro cantos do Brasil, outros tantos no exterior, seria durante um feriado! Meus primos mais velhos disseram que não, que "queriam aproveitar o feriado de outra maneira"! Hã? Como assim? Então a confraternização não é importante o suficiente para ser celebrada durante um feriado? Recolhi-me a minha insignificância.
Foram feitos dois encontros - na minha modesta opinião, muito próximos um do outro, resultando numa overdose de família, levando organizadores à exaustão. Mas eu fiquei quietinha no meu canto. Resultado: precisamos passar vários anos sem nos vermos ou até batermos papo via internet, sem que se falasse em nova celebração.
Excelentes as duas festas e, quando se falou novamento no 3o. encontro, estávamos todos prontos. Porém, fomos atropelados pela pandemia da Covid-19. Algumas pessoas já haviam feito depósito junto à empresa responsável pela organização - houve-se por bem profissionalizar toda a montagem, nada mais justo - e prometeram o estorno do pagamento. Eu recebi o meu direitinho, mas minha irmã não teve a mesma sorte. Ela não quis reclamar ao grupo e não achei correto. Avisei à prima mais velha do ocorrido e ela insistiu que não era possível tal descaso da empresa, que ela era excelente. Rechequei com minha irmã e ela confirmou o fato. Para não causar mais confusão, resolvi ficar quieta, já que a mais interessada tinha jogado a toalha.
Apenas retornei à mais velha dizendo que, para o futuro, talvez fosse melhor que não se contratasse a mesma empresa. "Ah, sim, claro, concordo, sem dúvida!" a resposta que recebi. Aquele discurso que você sente que é totalmente inatento e inatencioso. Enfiei, mais uma vez, minha viola no saco.
E agora, qual não foi minha surpresa (!?) ao ver o nome da Sympla novamente como a organizadora do evento! Decidi não ir e minhas irmãs também declinaram do convite.
Isso é viver em família. Grandes comemorações e grandes decepções.
Portuguesices:
Meter a viola no saco.
Enfiar a viola no saco.
“Put the guitar in the bag” Say nothing about a specific subject.
Expressão usada quando se fica calado sobre um determinado assunto a partir do momento em que se perde a razão.
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