O que temos agora em nossas mãos? Um novo aplicativo para
relacionamentos? Não! Mas bem podia ser chamado assim! O Índice de Garanhões
entrega tudo em cada perfil: fotos e histórico de pista, a estirpe do candidato
no box pedigree, as intenções de cada um deles (dar grandes olhos, implantação
perfeita de orelhas; esculpir um perfil extremamente côncavo; proporcionar
pernas longas, pescoço delgado, atitude, trote elevado...). E mais: a
localização e o contato completo para futuros compromissos!
O índice de reprodutores nos dá ferramentas para avaliar o
elenco de garanhões que está à disposição atualmente e, finalmente, o
proprietário de uma matriz fazer um “match”. Como um partícipe ativo (pode ser
partícipe passivo também?), aqueles que se dedicam à preservação de um legado
escrevem o futuro com as tintas do passado. Portamos a vara de condão dos
mágicos, as equações dos matemáticos, as experiências dos cientistas e propiciamos
o ambiente para que haja aquele choque de energia que gera vida — somos o
Michelangelo que pinta no forro da Capela Sistina a cena do momento da criação.
Algo misterioso nos impulsiona a valorizar, preservar e
reverenciar um ser fisicamente tão poderoso e maior do que nós, que, no
entanto, se torna parceiro, amigo, companheiro, cúmplice. E a história se
delineia bem diante de nossos olhos — por vezes incrédulos, espantados, o peito
sem fôlego — montando como um caleidoscópio, combinações coloridas e exóticas.
Saímos do ambiente virtual e, de repente, numa exposição em
que estamos julgando morfologia, uma estrela fulgura. E seu brilho é tão forte
que transborda, transcende e toca sua descendência com as qualidades que lhe
são inerentes.
Quantos prenderam a respiração ao ver entrar no picadeiro
brasileiro um Lumiar Amadeus, um Power World JQ, um Vulcano HVP, celebridades
como Nuzyr HCF, RFI Unique, Vivaldi El Shawan, Jyvar Meia Lua e TM Itaipu. Não
só impactaram por sua presença como mostram sem sombra de dúvida o potencial de
tornar seu legado uma grande contribuição para o desenvolvimento do cavalo
Árabe.
Zapeando índices mais antigos, deparamos com perfis de
soberanos que aqui chegaram, alguns passando temporadas de monta ou através da
importação deles próprios ou de sêmen ou óvulos ou de seus filhos. Ali Jamaal,
FA El Shawan, Padrons Psyche (que ofertou ao mundo outro rei, Magnum Psyche, —
capa do índice de garanhões de 1999 — recentemente perdido e a quem nosso amigo
Reinaldo da Rocha Leão reverencia na edição desta revista), Bandit SRA, Marwan
al Shaqab, Dominic M...
Esse atual “aplicativo” é um convite para que levemos (ou
sigamos!) o cavalo Árabe para as próximas gerações. E observe-se aí que sua
influência não se limita ou limitará às terras nossas, mas também vão
atravessar mares e, porque não dizer, derrubar fronteiras para espalhar sua
prepotência e arrebatar corações estrangeiros.
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