Tuesday, 10 March 2020

Poemas Esquecidos XIX



PARA ALÉM DO SISTEMA

O céu é a um só tempo
todas as coisas que constituem
o silêncio do universo pulsante,
mas os caminhos dos limites 
do infinito ainda estão nos
sonhos profundos do espírito
humano.
Por sobre minha cabeça
estendem-se os ecos de mundos 
extintos, por onde vagaram
interrogações presentes e se 
concretizaram aspirações futuras;
mas o tempo morreu quando se
romperam os grilhões do passado,
no momento preciso em que as
borboletas nasceram e dominaram
a possibilidade de alcançarem
a luz de galáxias distantes.
Então uma chuva de estrelas
derramou o eterno nos olhos 
do homem, e as lágrimas nascidas
no limiar do terceiro milênio
formaram a síntese perfeita:
o homem-universal, filho da 
noite premera em que o
amor irrompeu os domínios
da civilização tecnológica.

STOS
Rio, janeiro/1977

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