Wednesday 30 June 2021

Numa Revista Cavalo Árabe



Enquanto o fantasma do apagão paira sobre nossas cabeças...

Imagine a cena: é verão, você debaixo de um chuveiro, a cabeça cheia de xampu e acaba a água. Alguns xingamentos, uns berros raivosos, mas não tem ninguém em casa pra te ajudar... você gira a torneira pra todos os lados e nada. O xampu começa a descer para os olhos, que se enchem de lágrimas. O jeito é se enxugar e procurar a causa da secura. Falta água no condomínio e você tem os cabelos duros de sabão. Uma corrida a todas as pias e chuveiros da casa se faz necessária, pra tentar sanar seu penteado com o que porventura ainda estiver armazenado nos canos. O que não é suficiente. A brilhante ideia é usar a água de grife engarrafada para beber, mas não há nenhuma no estoque. Você vai direto para a geladeira, sem se importar com a temperatura do líquido. Afinal, sua cabeça está mesmo quente... Apenas um vidro de água armazenado. Você vira o conteúdo no cabelo, ali mesmo, na cozinha... Quem é o infeliz que termina com a água da garrafa, não repõe e devolve para a geladeira? Neste momento você percebe que está mor-ren-do de sede...

Situação comum, pela qual muitos já terão passado. Mas outros tantos passarão em breve, muito mais cedo que se espera. A água do mundo vai acabar. A escassez virá de surpresa porque ninguém quer acreditar que a água é finita. Basta haver mais períodos de seca como o que passamos em 2014. Os alarmes têm que estar soando na cabeça de cada um de nós. Porém, apenas a preocupação já não basta. É preciso tomar providências, mudar hábitos.

No Rio de Janeiro, por exemplo, os porteiros/zeladores dos prédios costumam “varrer” as calçadas com o jato de água de uma mangueira, para tirar a sujeira, juntar as folhas, várias vezes na semana, em vez de pegar uma vassoura... Condomínios deveriam ser multados por isto. Corre-se o risco de voltarmos a cantar a marchinha de carnaval “Vagalume”, de Vitor Simon e Fernando Martins na década 1950: Rio, cidade que me seduz, de dia falta água, de noite falta luz...

Nós, que temos o contato próximo com nossos cavalos, somos responsáveis por seu bem estar, precisamos garantir que continuarão a ter água em abundância para beber. Afinal, eles não têm como reclamar ou se defender.

Alguns movimentos de poupança do precioso líquido têm crescido e um deles é o uso da água de chuva. Ela vem de graça, os métodos para coletá-la são variados e alguns extremamente simples. Há reportagens sobre experiências bem sucedidas no mundo todo. Uma observação interessante numa delas é de que a construção dos sistemas de coleta e armazenamento mudaram o comportamento das pessoas de comunidades simples, que passaram a ter um sentido de cidadania, de pertencimento e de valor.

Existe um grupo de pessoas engajadas em mudanças sócio ambientais que lançou o Cisterna Já! e ensinam uma forma prática de captação e aproveitamento da água de chuva – uma mini cisterna -, além da explicação de como montar a engenhoca no quintal de casa, por exemplo. Um tambor de plástico (ou bombona), alguns tubos e conexões, uma peneira e claro, um pouco de habilidade manual é recomendado. Uma vez que a água esteja armazenada é preciso tratá-la para descontaminar antes do uso. Embora em alguns lugares no exterior a água colhida (para quem prefere: coletada) seja usada para beber inclusive, no Brasil é aconselhável somente para outros fins.


Vale a visita ao site do grupo Sempre Sustentável http://www.sempresustentavel.com.br e inspirar-se. Ajude seus filhos e netos a não passarem pela falta de água, sinônimo de vida e construa cisternas em sua propriedade.

(Na foto de vocesabia.net o neném bebe água do mar! Esperamos que não façamos o mesmo!)

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