PERCEPÇÃO
No meu tempo em que a neblina
espessa, cobre e se estende
pelos domínios de minha
percepção entrecortada de
súbitas recordações, relatividade
de momento profanos e sonhos
de criança-homem, mergulho
no mar de palavras e sensações,
objeto de inflexibilidade
temporária que a ventania dos séculos varrerá.
Eis o meu mundo: verbo e
gesto inconsciente, rápido
e frio como a noite glacial
que penetrou nos ossos
cansados dos homens sem terra.
Deitado na noite, pressinto
a dor e o vazio de um momento
sem vida que a madrugada
de junho levou para o
túmulo, para não ouvir cânticos
de cigarras mortas.
STOS
Rio - junho,1977
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