Conheci a dona da casa branca da praia do Leblon.
Ela pertencia a uma amiga de minha avó materna, e haviam sido colegas de
escola, ambas nascidas no final do século XIX. Portadora de lindos e doces
olhos azuis, seu filho foi o guardião da casa que resistiu aos apelos
imobiliários até bem pouco tempo, quando foi dada a notícia de que havia sido
vendida. Às vezes, de manhã cedo, eu passava por ele, na calçada em frente à
praia, vestido com um roupão de banho, admirando a paisagem. Eu conheci a ele,
sua esposa, a filha e mesmo a casa, mas minha timidez nunca permitiu que eu
me identificasse. Mentalmente, sempre mandei um beijo para D. Edith, que também
morava ali perto, num prédio com jardim e pedras na fachada. Ela foi a primeira
a ir-se, depois vovó; em breve irá a casa. E assim nosso Rio de Janeiro se
renova, a vida segue, outras memórias surgirão.
A foto é do site ultimosegundo.ig
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