Como dizem Emerson, Lake & Palmer: "Bem-vindos amigos ao show que nunca termina!" no mundo da romancista brasileira Nancy de Lustoza Barros e Hirsch! Reflexões, viagens, cavalos! Sinopses, detalhes, provocações do “Passo Trote Galope”, “Quer Apostar?”, “Sob o Signo de Centauro”, “Carrossel”, “Vale das Luas” e “Perdi a Cabeça”! Interesse nos livros? Encomende na Prosa & Verso Livraria (24) 3353 3578 ou contate cfhny@namahe.com.br. Be Ware: May contain Spoilers!
Wednesday 25 March 2020
Nem Tudo é Espuma
Este é um relato feito por Madame De La Fontaine, Patricinha das praias do Rio de Janeiro, dos bancos da Pontifícia Universidade Católica, das Hípicas brasileiras, das montanhas do Canadá, dos lagos da Suíça, que resolveu morar nos recônditos quatienses - quem não conhece que procure no pai Google!
Os personagens:
Sabonete - o Burro.
Vesta NY - a Árabe linda e loura, filha de Vulcano HVP e Alaya MSS
Adriano - funcionário da Fazenda Gaia Suíça, produtora de orgânicos
Celso - há 30 anos gerente do criatório de Árabe Haras Namahê
A própria Madame
ABRASPAS
Vou compartilhar algumas mensagens peculiares que recebo, fico rindo sozinha depois que acontece, talvez você também ache graça.
Adriano (empregado da fazenda) 20 de março :
- Marina, o burro abriu a porteira e saíram pra rua! Tentei cercar mas desceram pra Quatis.
O burro, nada burro, chamado Sabonete, como o nome sugere, é bem escorregadio e adora fugir. A minha égua Vesta ainda sonha com a grama e sabe-se lá mais o que do Haras Namahê. Dupla formada, os dois fogem, Vesta segue a mil por hora pelas ruas de Quatis com seu destino em mente, e Sabonete, que é apaixonado por ela, vai atrás.
Adriano 24 de março:
- Acho que o Sabonete não está bem! Só tá ficando deitado, levanta e deita de novo! Está com olhar triste, ele está assim desde domingo. E também parece que está com dificuldade de andar.
Acho que ele pode ter comido alguma erva na estrada ou pode ser cólica também, bom, não sei.
Eu, que já estava procurando uma desculpa para fugir da minha obrigação de gravar uma vídeo aula, vou com cabresto em mãos, sofrendo por Sabonete, ver qual era a situação do burrico.
Chegando no piquete deles só vejo a Vesta que já está esperando a ração diária, nada de Sabonete. Entro no piquete e vou procurá-lo. Não encontro de primeira e começo a chamá-lo já com o coração na mão. Para meu espanto ele me responde com um relincho típico de burros. Estava escondido no bambuzal.
Não sabia muito qual era meu plano, com a minha experiência de patricinha equestre, como bem define meu pai, lembro que cavalos, e logo burros eu presumo, sofrem com frequência de cólicas, penso em: óleo vegetal, em caminhadas forçadas puxando pelo cabresto, algumas das medidas que me vêm em mente.
Faço um afago em Sabonete, verifico que a sua barriga não parece inchada. Pelo que me lembro, ou mero fruto da minha imaginação, cavalos podem até explodir.
Percebo que ele não apoia uma das patas no chão. Apalpo a pata dele, mais uma vez imito os procedimentos veterinários como me lembro, ele não reclama, fica imóvel e mudo.
Coloco o cabresto e tento fazê-lo andar, ele por sua vez, me lembrando que é um burro e não um cavalo, trava nas quatro e não se move. Continuo meu exame incerto quando a Vesta chega depois da sua refeição.
Ela se aproxima com cautela e curiosidade mostrando que sabe que seu amigo está em apuros. Aproveito a sua presença e troco de estratégia. Ainda de acordo com minhas noções veterinárias preciso ver o Sabonete andar um pouco para ter mais informações sobre o seu diagnóstico. Decido então colocar o cabresto na Vesta, Sabonete é igual potro ao pé e a segue seja para onde for. E funcionou!
Consigo fazê-lo andar, gravar um vídeo para mandar para o Celso (outro não veterinário porém com anos de experiencia na tarefa de cuidar de cavalos). Percebo que Sabonete está pastando o que é bom sinal, mas ficou mais claro que ele estava mancando.
Envio o vídeo, volto para casa e ligo para o Celso. Rindo, ele me diz que é claro que o Sabonete está mancando, me lembra que ele já não é mais jovem (ele já está com 28 anos de idade, sei disso porque o Adriano uma vez comentou que ele é de 91, meu contemporâneo) e me lembra também do óbvio, sua aventura no início do semana, alguns quilômetros a mil por hora atrás de um rabo não de saia mas empinado, loiro e Árabe.
Diagnóstico do Sabonete: provável distensão muscular da espátula.
Tratamento: 3 dias de anti-inflamatório injetável.
Para mim a melhor notícia é que ele não vai explodir.
FECHASPAS
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